sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
"O HOMEM; AS VIAGENS"...
Ao escrever o texto para o Cartão de Natal da Divina Natureza, a empresa onde trabalhamos com decoração, lembrei de um dos poemas mais belos que me lembro, de nosso saudoso Carlos Drummond de Andrade.
Não resisti a tomar emprestada dele a ultima frase, mas não satisfeito, achei que deveria passar a todos vocês o poema inteiro, pois certamente, poucos poetas refletiram tão bem nos seus textos, a complexidade e a beleza do ser humano.
O CARTAO
O NATAL DE TODOS
Não importa qual seja o nosso credo. Natal sempre será Nascimento e Renascimento. Encontrar Deus representa, acima de tudo, reencontrar o próprio ser humano e descobrir , como diria Drummond, “...em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria de con-viver.
Que em 2009 possamos conviver ainda mais e melhor!
São os votos da DIVINA NATUREZA
Lucia, Sanchez e Equipe
O POEMA
O Homem; As viagens
O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão.
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para o Lua
desce cauteloso na Lua
Pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus
vê o visto - é isto?
idem
idem
idem
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só pra tever?
Não -vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.Restam outros sistemas fora
do solar a col-onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
( estará equipado?)
a difícil dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver.
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