segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

“THE DREAM IS OVER”...


Hoje fiz uma daquelas viagens que só se faz com o coração tranqüilo e a alma leve. Depois de muito tempo, sentindo a necessidade de relembrar a historia dos Beatles que tanto influenciaram a minha juventude, na verdade a de toda uma geração ao redor do mundo.

Já havia lido, há muitos e muitos anos, a única Biografia autorizada deles, escrita por Hunter Davies, o que me tornou, de certa forma, aos 17 anos, “um especialista” (Risos...) em Beatles ao ponto de reunir um vasto material áudio-visual e fazer palestras para uma audiência ávida que em certas ocasiões chegava ao fantástico numero de mais de 500 pessoas, jovens como eu afetados e eletrizados pelos ídolos ingleses.

Assim, resolvi ler o Livro Beatlemania, do Ricardo Pugialli. Uma delicia, no formato Almanaque com um vasto arquivo fotográfico e fonográfico, seguindo rigorosamente a cronologia da Banda, inclusive com todas as turnês e shows.

Alem disso, recheado de notas de bastidor do Grupo, que abalou os alicerces da musica mundial, somente pra dizer um pouco da influencia que os “quatro cabeludos de Liverpool” exerceram sobre a nossa geração.

Ao fazer essa viagem eu, um Beatlemaniaco confesso, apesar de ter tomado contato com o fenômeno apenas em 1965, então com nove anos, retrocedi a uma época em que o tempo passava mais devagar e digeríamos de uma forma mais intensa as novidades. E que saudade!

Lembrei-me também dos anos de “chumbo” onde a ditadura militar dava as cartas no cenário social e político brasileiro, mas apesar de toda repressão, vivíamos uma efervescência cultural da maior riqueza na historia da Musica e outras manifestações artísticas. A arte, naquela época mais do que em qualquer outra, estava a serviço de uma mobilização comportamental que dava sentido a toda a produção cultural.

Como esquecer Roberto e Erasmo Carlos que com a sua Jovem Guarda capitanearam um movimento que catalisou toda uma geração e que nas “tardes de Domingo”, de uma forma “quase” ingênua, fazia com que jovens de todas as idades, seguissem o embalo, numa espécie de Beatlemania Tupiniquim.

Como se esquecer dos Festivais da Record onde despontaram; em meio à repressão, talentos como Caetano; Gil; Vandré; Milton Nascimento e Chico, apenas pra citar alguns. Consta, por exemplo, que o Chico escrevia 100 musicas em media, para cada uma que a censura da época deixava passar. Um monumental desafio que ao contrario de inibir, fortalecia a veia criativa dos artistas de então. E os recados, ainda assim, eram passados porque como em qualquer tempo, a censura e burra...

Confesso que fiquei com um no na garganta ao me lembrar daqueles tempos que se perderam, mas que de certa forma, permaneceram tão vivos em nossa memória, na memória daqueles que viveram, como eu, os “verdes anos” de nossa juventude e onde houve, no Brasil e no mundo, uma efervescência artística comparável a do Renascimento. E que, claro, com certeza deixou os sedimentos de uma nova era...

Teria mesmo o sonho acabado pra nossa geração..., como na frase emblemática de John Lennon...quero acreditar que não! Mas também fica o sentimento e a convicção de que certamente não veremos, um movimento artístico com tamanho impacto social, o que, de certa maneira rouba aos jovens de hoje, a possibilidade de fazer a viagem que muitos de nos fizemos e que mesmo os livros e documentários, não conseguem passar.

Evidente que o pensamento mágico que caracteriza a fase de adolescência, onde acreditamos poder mudar o mundo e fazê-lo mais como gostaríamos que fosse, continuara a permear as gerações vindouras, pois isso e da natureza humana, mas o sentimento encarnado nos quatro fabulosos que “materializaram” essa “possibilidade” penso que se perdeu para sempre, pelo menos para a geração atual.

Ah! Como e bom poder fazer essa viagem onde deixamos adormecidos tantos ideais! E onde temos realmente a impressão de que os sonhos eram possíveis, pois que aquilo que esta vivo em nossa memória, permanecera “vivo”.

Mas ficou uma certa melancolia considerando que o tempo - como diria o Cazuza – inexoravelmente, “não para”. Alem disso o fato e a constatação de que nossos filhos e essa geração, por mais que vivam profundas mudanças, perderam a base emocional que a nossa geração viveu.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

"O HOMEM; AS VIAGENS"...


Ao escrever o texto para o Cartão de Natal da Divina Natureza, a empresa onde trabalhamos com decoração, lembrei de um dos poemas mais belos que me lembro, de nosso saudoso Carlos Drummond de Andrade.
Não resisti a tomar emprestada dele a ultima frase, mas não satisfeito, achei que deveria passar a todos vocês o poema inteiro, pois certamente, poucos poetas refletiram tão bem nos seus textos, a complexidade e a beleza do ser humano.

O CARTAO

O NATAL DE TODOS

Não importa qual seja o nosso credo. Natal sempre será Nascimento e Renascimento. Encontrar Deus representa, acima de tudo, reencontrar o próprio ser humano e descobrir , como diria Drummond, “...em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria de con-viver.

Que em 2009 possamos conviver ainda mais e melhor!

São os votos da DIVINA NATUREZA

Lucia, Sanchez e Equipe

O POEMA

O Homem; As viagens

O homem, bicho da Terra tão pequeno
chateia-se na Terra
lugar de muita miséria e pouca diversão.
Faz um foguete, uma cápsula, um módulo
toca para o Lua
desce cauteloso na Lua
Pisa na Lua
planta bandeirola na Lua
experimenta a Lua
civiliza a Lua
humaniza a Lua.Lua humanizada: tão igual à Terra.
O homem chateia-se na Lua.
Vamos para Marte - ordena a suas máquinas.
Elas obedecem, o homem desce em Marte
pisa em Marte
experimenta
coloniza
civiliza
humaniza Marte com engenho e arte.Marte humanizado, que lugar quadrado.
Vamos a outra parte?
Claro - diz o engenho
sofisticado e dócil.
Vamos a Vênus.
O homem põe o pé em Vênus
vê o visto - é isto?
idem
idem
idem
O homem funde a cuca se não for a Júpiter
proclamar justiça junto com injustiça
repetir a fossa
repetir o inquieto
repetitório.
Outros planetas restam para outras colônias.
O espaço todo vira Terra-a-terra.
O homem chega ao Sol ou dá uma volta
só pra tever?
Não -vê que ele inventa
roupa insiderável de viver no Sol.
Põe o pé e:
mas que chato é o Sol, falso touro
espanhol domado.Restam outros sistemas fora
do solar a col-onizar.
Ao acabarem todos
só resta ao homem
( estará equipado?)
a difícil dangerosíssima viagem
de si a si mesmo:
pôr o pé no chão
do seu coração
experimentar
colonizar
humanizar
o homem
descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas
a perene, insuspeitada alegria
de conviver.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

O MUNDO PELA JANELA... DO COMPUTADOR!



Foi a Wi (Wilma Bolsoni) que me motivou a escrever este artigo, quando disse “... Espero que o seu Blog possa “mexer” com as pessoas que assistem o mundo se transformar pela janela...”
Isso me fez refletir em algo que venho pensando com alguma freqüência nos últimos anos e que esta relacionado à revolução de conceitos que os meios de comunicação, principalmente a internet, trouxeram para as nossas vidas. Falo de comportamento mesmo.

De imediato me vieram duas diferentes imagens a mente. Numa delas vi a pequena cidade do interior onde aparentemente nada acontece, como foi descrito por nosso poeta maior, Carlos Drummond de Andrade em “Cidadezinha qualquer”... Nesse texto, encontra-se retratado o cotidiano pacato e sem sentido de uma comunidade onde a vida passa sem sobressaltos e nem novidades, tornando seus moradores em protagonistas de um roteiro sem graça, ou como decreta o texto, “Eta vida besta, meu Deus”.

Na outra imagem, quase oposta, vi muitas outras pessoas que conheci, dentre tantas que não conheço e jamais conhecerei que, como na musica do Kid Abelha, “Nada tanto assim”, vivem “ensaiando” uma vida que jamais viverão, por absoluta falta de foco, de objetivos claros.
Em comum, o fato de que, de um jeito ou de outro, essas pessoas vêem a vida passar pela “janela” o que, por um paradoxo, configura os dois extremos convergindo para uma única constatação, que representa o fato de que essas pessoas, tão diferentes, compartilham um vazio existencial que faz adoecer suas almas.

Em psicologia, definimos o ser humano como sendo um ser eternamente em falta, ou seja, fragmentado e incompleto. Logo, o que melhor caracteriza o homem e a eterna falta ou por outro a eterna busca por saciar uma lista interminável de desejos e aspirações ao longo de sua existência.

Nesse contexto eu vejo a “janela” do computador como uma armadilha letal para as pessoas. Se por um lado a web representa, como dizia o Sidnei, meu ex-sócio, “o buraco da fechadura”, pelo qual se enxerga o universo sem aparentemente, ser visto, por outro lado pode remeter a um processo de alienação sem precedentes na historia da humanidade.

Um dos marcos na evolução da Educação foi o Construtivismo de Jean Piaget, para quem “o principal objetivo da educação e criar indivíduos capazes de fazer coisas novas e não apenas simplesmente repetir o que outras gerações fizeram”. Ora, isso somente e possível pela experimentação ou, em outras palavras, pela ação e não apenas pela informação.
O que quero dizer e que informação e conhecimento que não se apliquem a ações concretas e efetivas, não servem pra nada. Ai que mora o perigo... boa parte de nossas crianças e adolescentes estão sendo “criados” pelo computador, ou seja, vêem o universo pela “janela” do computador e, cada vez mais, trocam a experiência construtivista, pela teoria ou por “caminhos prontos” que podem ser “baixados” pela internet.

Eu próprio, um “havy user” de internet, sei exatamente o quanto ela pode alienar ou mesmo criar um “universo” paralelo entre a realidade e a fantasia. Ainda hoje eu li uma matéria falando de que as pessoas ao redor do mundo estão investindo cerca de 30% do seu tempo livre para navegar na internet (TNS Global). Isso na China, para os jovens, representa 50% do tempo, fato no mínimo curioso para um povo que há milênios tinha na espiritualidade e meditação sua marca mais característica e hoje, são o povo que mais destrói a camada de ozônio e ferram o Planeta.

Mas o que de fato gostaria de colocar em discussão ou em questão, representa o fato de que sinto uma dissociação entre acesso a informação e ao conhecimento e ações concretas por parte de muita gente ou, em outras palavras, há um processo em marcha que transforma um grande numero de pessoas, principalmente jovens, em meros espectadores da vida que “passa” simplesmente, seja pela janela da TV, seja pela janela do Computador (o que não demora vai ser a mesmíssima coisa).

Bem, para dar um sentido pratico a toda essa conversa, considerando que a virada de ano sempre representa simbolicamente um marco, uma “estaca Zero”, onde podemos estabelecer alguns princípios ou objetivos que podem mudar, para melhor, nosso comportamento no ano que chega. Dito isso, ai vão algumas sugestões que podem representar um antídoto para todos (e obviamente me incluo nisso) no sentido de transformar em ações concretas, todo esse emaranhado de informação, e obvio, que podem contar com a ajuda, insubstituível hoje, da internet.

Vamos La...

Estabeleça alguns objetivos (o que, como, quando)

Pense em coisas que você gostaria de fazer ou conquistar. Não importa o que, mas pense em “fazer”, ou seja, ações e não apenas abstrações ou coisas imaginarias.
Objetivos são coisas que a gente tem que escrever e planejar sua execução. Daí pesquisamos, coletamos e agrupamos informação, transformamos isso no conhecimento necessário para por em pratica... fazer, fazer, fazer, eis a palavra chave.

Melhore seus relacionamentos com Gente “de verdade”

Entre em todas as comunidades que achar que deves, mas acima de tudo, pense em ações, ou seja, procure encontrar fisicamente (e não apenas virtualmente) o maior numero de pessoas que conseguir, com a freqüência que julgar necessária. Tem coisas que só fazem sentido quando são feitas ou ditas, olho no olho. A internet permitiu que você encontra-se gente que talvez jamais encontrasse de outra forma, mas contato físico continua sendo essencial. Você pode conhecer uma pessoa, por exemplo, num site de relacionamentos, mas a relação somente poderá evoluir se você conhecer fisicamente essa pessoa, do contrario não passa de masturbação.

Seja um profissional melhor e mais estratégico

Quem sabe seja este o melhor momento para você avaliar (auto avaliar...) que tipo de profissional você tem sido. Um bom profissional hoje, na minha opinião, será sempre aquele que vê a empresa onde trabalha, como sendo sua, ou seja, que está entranhado, envolvido ate os ossos com os objetivos do negocio. Somente se pode crescer se o negocio cresce também. Então, qual o grau de envolvimento você tem tido como “empregado”. Você tem sido um empreendedor ou simplesmente um batedor de ponto...
Se você quer ser um profissional melhor, estabeleça isso como objetivo e daí têm duas frentes de pesquisa que resultarão em ações. Numero um... conheça muito mais e melhor o negocio em que trabalha, seus objetivos e seus desafios, em todos os sentidos. Numero dois... determine os atributos que você, como profissional, empreendedor desse negocio, precisa ter e busque essas competências, lembrando que, competência, como diria meu amigo Alvaro de Souza, sempre representa aquilo que te mantém (que mantém seu emprego e sua posição) e conceito, representa tudo que “seu chefe” espera de um colaborador para que possa promovê-lo ou lhe dar missões mais importantes.
Se dono da empresa, pense nos teus concorrentes e nos clientes, que são na realidade “os seus patrões”, pois não existe ninguém sem “patrão” nessa vida.

Seja um ser humano melhor – e Melhore o “universo”

Sempre será possível ser melhor e, para isso acontecer, será preciso não deixar “o mundo se transformar pela janela”. Ser melhor significa não ser alienado; participar da construção de uma empresa, de um bairro, de uma cidade, de um clube, de um pais, de si mesmo... de um planeta melhor.
Se hoje podemos ver tudo de ruim que acontece em todos os lugares e, se estamos mais e mais conectados, isso significa que podemos ter uma postura ativa e proativa em relação aquilo que afeta a própria humanidade. Não por acaso, o “voluntariado” cresceu significativamente depois do advento da internet. Porque sabemos dos problemas e de como podemos ajudar, mas muitas vezes, ajudar significa fazer pequenas coisas... li uma vez uma frase, se não me engano, atribuída a Henry Ford, que dizia mais ou menos isso “entre as grandes coisas que não conseguimos fazer e as pequenas que não fazemos, o risco maior representa não fazermos absolutamente nada”. Assim, o melhor mesmo será seguir o que disse Charles Chaplin “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível”.

Melhore a sua saúde, mude de atitudes e de comportamentos

Você quer viver muito ou quer viver bem e com saúde. Sabemos que embora haja uma relação entre qualidade de vida e a longevidade o importante talvez seja a qualidade com que se vive. Qualidade de vida esta estreitamente ligada a atitudes e atitudes são decisões pessoais que você tem que tomar, ninguém pode fazer isso por você, ou pelo menos, não deveria. Se você quer saber quais são as atitudes e os comportamentos relacionados a uma melhora significativa da sua saúde, basta meia hora de internet... depois, vá ao medico fazer check-ups, pois caso em contrario, somente uma bola de cristal.
Respeite teu corpo, respeite o ambiente, respeite teus limites e saiba que boa parte do que chamamos de vida saudável esta, em grande parte, ligado a atitudes e comportamentos. Um balanço honesto do que tem feito nos últimos tempos pode ser o melhor ponto de partida pra estabelecer novas regras e virar o jogo.

Invista em Bom Humor – A energia que atrai coisas boas

Talvez uma das piores doenças de nosso tempo seja o mau humor, isso tem nome em psicologia, se chama “transtorno de humor”, ou nos casos mais graves “transtorno Bipolar de Humor (Psicose maníaco depressiva) e, das duas uma, ou você aprende a lidar com causa e efeito do mau humor ou precisa de medico e remédio, pois ninguém agüenta mau humor.
Atitudes de isolamento e introspecção levam, freqüentemente a condutas anti-sociais e a uma inaptabilidade de vida social. Bom humor não significa apenas dar risadas vendo pegadinhas do “Faustão” ou aqueles vídeos malucos que nos mandam via email, em geral humor “negro”. Bom humor esta mais relacionado a um estado de espírito, quando nos encontramos “leves” de alma e conseguimos “digerir” mesmo coisas pesadas com um toque de humor. Pense nisso, pois “bom humor contagia e mau humor contamina”. Como diria meu amigo Carlos Escobal, um estado positivo de humor esta em não querer “apagar fogo com gasolina”... o que de per si, já evitaria pelo menos 70% dos conflitos.

Viva mais ao ar livre – Você faz parte da natureza

Estamos todos e cada vez mais, confinados em casas, escritórios, escolas e por ai vai. Muitas vezes nos esquecemos a ultima vez que saímos simplesmente para tomar sol, tão necessário para nosso equilíbrio e saúde.
Imagine todos aqueles lugares maravilhosos que você pode visitar “virtualmente” e que jamais ira conhecer efetivamente. O ser humano carece de verde, de montanhas, de lagos, de campos, de praias... quantas vezes a gente mora na praia e “não vê o mar”, ver no sentido de “sentir” de admirar essa dádiva da natureza.
Curioso que ate mesmo presidiários tem seu “banho” de sol e, muitos de nos, passam dias e dias sem sair pra tomar aqueles minutinhos básicos e necessários de sol diário. Então, livre-se, pelo menos parcialmente, dos seus “grilhões” ... Visite lugares nunca dantes visitados, saia, vá pra rua...

Canalize seus Estudos – Foco, foco, foco nos objetivos

Como disse mais acima, informação só pode se transformar em conhecimento pratico mediante ações. De que adiante um excesso de informação se não vamos fazer nada com ela. Melhor então, será você decidir claramente seus objetivos e focar seus estudos e pesquisas em como proceder para atingi-los. Sempre me lembro, quando penso nisso, daquele celebre frase do filosofo Sêneca... ”Se um homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável”.

Crie uma lista de benfeitorias – “Somos seres inacabados”

Como já diria nosso grande filosofo Mario Sergio Cortella, “não nascemos prontos”, ou seja, somos um projeto de construção que deveria ser melhor a cada ano.
Se você pretende ser um profissional melhor, um amigo melhor, um filho melhor, um pai ou uma mãe melhor e, enfim, um ser humano melhor... construa-se continuamente. Você não vai ter uma melhor oportunidade do que essa, mas claro que isso não será uma tarefa simples e nem fácil. Para chegar La, você precisa elaborar uma listinha de melhorias. E, por mais que a critica alheia seja um instrumento, somente por meio da auto-critica você vai poder “melhorar o produto” que você representa e que as pessoas vão comprar ou descartar.

Bem, meus votos são para que todos, no ano que se aproxima, não vejam, pela Janela, o mundo ser construído,. Ao contrario, que possamos ir todos pra “rua”, ser os atores de uma imperiosa e vital construção.

Feliz 2009!!!

Democratizar a informação



Sempre defendi que a web era, alem de um excepcional ambiente para que as pessoas pudessem se encontrar e compartilhar, uma janela para o conhecimento.
Como as receitas necessárias para uma oferta qualitativa de conteúdos vem de outras formas de “venda”, cada vez mais os produtores de conteúdos, e nesse grupo se encontram todo e qualquer produtor de conteúdo de valor, mas principalmente organizações tradicionais como o Grupo Abril.
Assim, considero um ato de democratização da informação, a iniciativa da revista Veja ao decidir abrir literalmente as portas de um acervo de conhecimento e informação que somente pode assumir seu valor se visto, revisto e compartilhado pela humanidade. Afinal, o passado representa o “adubo” que a Terra precisa para fazer florescer a inteligência, de tal forma a que possamos cometer, de preferencia, somente erros novos. Leiam a noticia...


Veja abre todo acervo de 40 anos na internet
12/12/08


A revista Veja vai disponibilizar gratuitamente todo o acervo dos 40 anos de vida na internet. R$ 3 milhões foram investidos no projeto que entra no ar na próxima segunda-feira.
Internautas poderão acessar todas as reportagens, entrevistas e até mesmo anúncios já publicados em 40 de existência da revista Veja. Todas as edições, desde a primeira, em 11 de setembro de 1968, poderão ser lidas e consultadas em www.veja.com.br/acervodigital.

“A idéia é democratizar o acesso à história recente do país e do mundo”, diz Yen Wen Shen, diretor da Veja. “Essa iniciativa coloca VEJA ao lado dos maiores acervos digitais do mundo e em condição única no Brasil.”

O acervo digital VEJA segue a estrutura da própria revista, ou seja, o usuário navega na web como se estivesse folheando a publicação.

O conteúdo apresenta as edições em ordem cronológica e conta com um avançado sistema de busca desenvolvido pela Digital Pages especialmente para VEJA. Este sistema permite cruzar informações e realizar filtros por período e editorias.
Assim, basta o internauta digitar uma palavra-chave que automaticamente a ferramenta pesquisa em todos os textos de VEJA. Além disso, o usuário também terá acesso a um conjunto de pesquisas previamente elaborado pela redação do site da revista, com temas da atualidade e fatos históricos sobre o Brasil e o mundo. Será possível, ainda, navegar pelas capas, entrevistas, reportagens e anúncios publicitários, sempre visualizando a reprodução do material original.

Revista digital
Resultado de 12 meses de intenso trabalho, o projeto foi desenvolvido por VEJA em parceria com a Digital Pages, empresa responsável por estruturar a digitalização de cada uma das mais de 2 mil edições e convertê-las em revistas digitais.
Dado o porte do projeto, uma equipe de 30 pessoas foi montada para cuidar desde o desgrampeamento das edições impressas até a publicação dos quase nove milhões de arquivos que compõem o acervo.

“Como os exemplares em papel não poderiam ser inutilizados pelo processo de digitalização, o fluxo de trabalho contrapôs ciclos de uma sofisticada linha de produção industrial com procedimentos extremamente artesanais, como o nivelamento de página por página por meio de ferros de passar roupa antes do escaneamento”, explica Shen.

domingo, 14 de dezembro de 2008

BLOGBLOGS

Aproveitei este Domingo (raro) de Sol nos ultimos tempos para conhecer melhor e tambem cadastrar o DATA ESTELAR numaverdadeira "marina" de Blogs...o BLOGBLOGS cujo endereco aproveito para colocar pra voces (para os que nao conhecem)

BlogBlogs.Com.Br

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

O Migrante Digital da Guta


Ao decidir inaugurar o Blog achei que era interessante dar a ele alguma substancia inicial para depois ir incrementando com novas materiais e conteúdos. Assim, achei legal reproduzir uma matéria de minha amiga Guta que tem um dos Blogs mais legais que conheço. Trata-de do MIGRANTE DIGITAL onde tem uma seção onde ela faz uma espécie de entrevista virtual com pessoas que, como eu e vocês, tiveram uma primeira vez na Internet. Nesse caso, reproduzo a matéria que ela fez comigo, mas recomendo que entrem depois no Blog e leiam as demais pois...são D+...

A Primeira Vez Do Sanchez

"Conforme o prometido, lá vamos nós.
E para retomar a coluna nada melhor do que um dos mais Migrantes de todos os Migrantes Digitais que eu conheço ...

Sanchez, JMC.
É assim que ele assina seus trabalhos.
Mas para os amigos - virtuais ou pessoais - ele é apenas o Sanchez.
Bom de papo e de idéias.
Espanhol, nascido em Sevilha, hoje em dia mora em Floripa.
Por 10 anos foi diretor-executivo do Banco Real.
Em 95, um belo dia, como diz a música , resolveu mudar e fazer tudo que queria fazer ...
Abriu uma empresa de consultoria em Marketing e Produtividade Humana.
Em 97, fez história na internet brasileira.
Criou o Zeek, vendido para a Starmedia em 98.
Na sequência lançou o Imais, primeiro projeto brasileiro a desenvolver modelo de Sindications Marketing usando o Double Click para a publicidade online.
Em 2002 fundou a Bizplace, empresa que ajuda empresas a se posicionar na web.
Com vocês, mais digital impossível, a PRIMEIRA VEZ do Sanchez.

... PRIMEIRA VEZ NA INTERNET ...
... um colega do Banco me atentou para uma nova tecnologia chamada internet mas em princípio não dei muita bola, tava em outra, tinha acabado de sair do Banco, em BH, e fundado uma empresa de Consultoria e estava envolvido com um projeto de Marketing para o Minas Tênis Clube ... na verdade achei um negócio meio chato ... parecia uma extensão do Videotexto da Telesp que eu já conhecia por ter relacionamento com quem desenvolveu o sistema, a Digitel de Porto Alegre.

... EM QUE ANO ...
... isso foi pelos idos de 1995 e em 1996, com mais calma, e querendo atualizar minha pesquisa sobre modelos de distribuição, em especial, franchising, resolvi assinar a dita cuja ... comprei uma máquina mais poderosa e ao iniciar minha pesquisa, entrei em choque ...

... A SENSAÇÃO ...
... viajei pelo planeta virtualmente, achando um vasto material sobre franchising e, acreditem, consegui mais material sobre o sistema do que conseguira em três anos, um ano antes ... me encantei. mesmo que a internet daquela época nao fosse toda essa maravilha ... cheguei à conclusão que eu tinha que entrar naquele negócio e fiquei sócio do meu colega, transformando o hobby dele, numa empresa. assim nasceu o ACHEI que depois virou ZEEK e foi um dos 5 cases mais legais da internet brasileira dos primeiros tempos (junto com Cadê, UOL, ZÁS (que depois virou TERRA) e Mandic ...

... QUANTOS ANOS ...
... eu estava em plena crise dos quarenta ...rs. tinha decidido sair do Banco e recuperar o leme do meu barco e a Internet surgiu como um forte ponto de apoio ... além de um imenso desafio para quem como eu, sempre foi fascinado por informação ...

... O PRIMEIRO E-MAIL ...
... era Sanchez. o nome no e-mail ainda uso mas o provedor ... já era! estava em BH e um dos primeiros provedores por lá foi o do Banco Rural, meu primeiro provedor ...

... QUANTAS CONTAS DE E-MAILS ATÉ HOJE ...
... na verdade me lembro de todas, que foram pela ordem ... B.Rural, Internetcom, Bol, Hotmail, Achei, Zeek, Imais, Matrix, .condominio, indusplace, Bizplace, divinanatureza, scexperience e gmail (os 4 últimos ainda utilizo, alem do hotmail) ...

... LEMBRA DO ALTAVISTA ...
... como não lembraria ... ele foi uma espécie de Google dos primeiros tempos da web. a gente no Zeek tinha um dos melhores mecanismos de busca do Mundo naquela época e, como o número de resultados no Brasil ainda eram pequenos, a gente buscava resultados adicionais no Altavista, um reforço considerável ...

.. E DO ICQ ...
... na minha tchurma não há quem não se lembre do ICQ, na verdade derivado de I seek you, ou seja, eu procuro você que foi o precursor da tecnologia de mensagens instantâneas no mundo. ficou tão importante como tecnologia de estabelecer relacionamentos que foi imitado a seguir por gente muito poderosa, como a Microsoft com seu Hotmail. praticamente todos os meus contatos usavam ICQ e eu utilizei por alguns anos até substituí-lo pelo MSN ...

... PRIMEIRA VEZ NO GOOGLE ...
... lembro sim. foi em meados de 1997. li uma matéria sobre uns garotos da Universidade de Stanford que tinham descolado uma grana (U$100 mil) para fazer um sistema de buscas baseado em rankeamento de páginas, o que significava indexar um número enorme de páginas, algo quase inacreditável. na matéria tinha o endereço de uma versão Beta do serviço e eu fui direto ver do que se tratava. não parecia nada muito diferente do Altavista ou Infoseek, que a gente gostava bastante. ou do Yahoo que nos inspirou nos primeiros momentos do Zeek. mas fazia sentido o que os caras tavam falando e o projeto deles não era muito diferente do nosso. resolvemos acompanhar a evolução do projeto e ele foi ficando mais e mais legal a cada dia até se tornar o que todos sabem hoje ...

... E NO SKYPE ...
... também conheci como um Beta e logo aderi e passei a utilizar (como sempre faço com tecnologias emergentes) a partir de 2003, ano em que o serviço foi lançado. era mesmo uma questão de tempo para que surgisse um serviço dessa natureza pois a tecnologia IP já se propagava pelo planeta. o legal é que ele trouxe um modelo bem legal com boa parte dos serviços gratuitos e outros pagos, de tal forma a oferecer serviços pra todo gosto. por incorporar também chat, tomou e deverá continuar a tomar usuarios do MSN ...

... QUEM TE CONVIDOU PRO ORKUT ...
... foi meu amigo Reinaldo (o Rei), um cara sensacional que trabalhou comigo e mesmo depois que perdermos contato físico, nunca deixamos de estar ligados virtualmente. ainda hoje trocamos muitas figuras sobre coisas legais que surgem na rede, web 2.0 e pra onda o vento sopra na web ..."

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008


Empresas "Na Velocidade do Pensamento” II

Episódio II – Uma Era de Oportunidades.

Em que você acredita? Quais são seus “Receios” para o ano de 2009? É certo que vivemos uma era de incertezas, ou seja, um paradoxo: quanto mais acesso a informação e ao conhecimento, menos sabemos daquilo que pode nos afetar no minuto seguinte. E o que é pior, de como reagir prontamente a todo tipo de ameaças vindas desse novo e mutável ambiente.

Estamos nos aproximando do final de 2008 e, se fizermos um balanço deste ano certamente a conclusão provável é que nunca as mudanças foram tão determinantes para nossas ações e reações. Senao vejamos...Crise financeira Mundial; Eleicao do Primeiro Negro da Historia dos EUA; Brasil presidindo o G20 e por ai vai...

Qual é sua crença? De que o mundo vai se aproximar mais e mais da destruição, idéia defendida pelo eminente cientista Britânico James Lovelock, para o qual já passamos do ponto de volta e que o aquecimento global, agora irreversível, fará com que Gaia (a mãe Terra) se vingue de nós e destrua 80% da população da Terra até 2029.

Ou será que entramos numa contagem regressiva para que a Nanorobótica, até 2029 também, possa criar engenhocas que “transitem” pela nossa corrente sangüínea para resolver parte de nossos males e até que num misto de “inteligência artificial” criemos uma geração de ciborgs ampliando exponencialmente a nossa capacidade de percepção e interação com o universo?

Independentemente do que acreditamos, e não faltarão “profetas e futurólogos”, o importante é o aqui e o agora. Como nossas empresas e nós, estamos aptos a reagir aos riscos e oportunidades ambientais e onde os conceitos e leis conhecidas estão mudando dramaticamente.

Em outras palavras, a sociedade do conhecimento, ao contrário do que se poderia prever, é um fator gerador de inquietação e incertezas e não o contrário. Mesmo que essa inquietação venha com um misto de desconforto e prazer, como eu disse: um paradoxo.

No artigo anterior, falamos do quanto a tecnologia e em particular, a internet, apimentou todas as nossas relações e que isso trouxe um desafio novo para o ambiente competitivo. Isso passou a exigir de cada um de nós uma postura inusitada de “desconstrução” da velha e quente realidade conhecida.

Ah! Que saudade do tempo em que os clientes dependiam de nós para obter informações dos produtos e serviços que eles “deveriam” demandar de nós. Bons tempos em que do mais sofisticado ao mais simples “consumidor” podia ser enquadrado tranquilamente em “escaninhos” de uma segmentação simples e facilmente gerenciável!

E dentro de uma nova realidade de grande imprevisibilidade, qual é a empresa mais perfeita que você conhece? Seria a sua...?

Ou seria uma empresa que tivesse um sistema de informações perfeito e que, mesmo não tendo hierarquias ou “chefes” reagisse às ameaças ambientais e respondesse, com assertividade, quase que instantaneamente? Uma empresa que se adaptasse, evoluísse e mudasse de acordo com o ambiente...

Pois bem essa empresa perfeita existe e é: o CORPO HUMANO!

Acredite, o mais idiota dos seres tem um organismo que, via de regra, interage perfeitamente com o meio ambiente e, por meio de um “sistema de informações” chamado sistema nervoso.

O sistema Nervoso, num processo químico chamado “sinapse”, transmite, em velocidades espantosas, um volume extraordinário de informações ao cérebro que seleciona, filtra e compartilha essas informações com o restante do corpo permitindo respostas imediatas.

Imagine que mesmo recebendo mais de 10.000 informações ambientais por segundo, o corpo seja capaz de tomar uma única decisão de contrair os músculos porque sua mão se aproximou de uma “chapa quente”. Pois é, é assim, simploriamente falando, que sua empresa CORPOR HUMANO funciona.

Ajustando-se e selecionando as ações necessárias para dar a resposta mais adequada às demandas do ambiente e na direção dos objetivos que o organismo estabelece conscientemente e não apenas respondendo ao meio.

Que tal fazer da sua empresa ou negócio uma EMPRESA NEURAL? Acreditem, estas serão as empresas a sobreviver, prosperar e tirar o maior proveito do atual ambiente onde as respostas nunca estão prontas, como era num saudoso passado recente.

Assim, vamos falar um pouco de como sua empresa ou você (pois cada um de nós é uma empresa, pois precisa se “vender” como um produto de valor) podem se tornar uma EMPRESA NEURAL, ou seja, que saiba recolher, selecionar, depurar e utilizar as informações para tomar as decisões “salvadoras” ou “Realizadoras” que o “campo de Batalha” requer.

Você se lembra do que falei no artigo anterior: “a batalha de mercado não é uma batalha de produto ou serviço e sim, de percepções”. Ora, estamos vivendo uma realidade onde as percepções estão mudando de uma forma como nunca antes e, nada indica, que esse processo determine uma realidade estável e controlável como no passado.

Logo, você e eu não temos mesmo escolha, e por conseqüência, nossos negócios vão ter que se ajustar a essa nova forma de “enxergar” o universo, como bem diria Charles Darwin “adapte-se ou pereça”.

Bem, amigos: fiquei pensando como poderia dizer isso pra vocês sem transformar este artigo num livro ou um tratado de administração. Confesso que o desafio é grande porque estamos falando de uma realidade “ruidosa” que desafia nossos conceitos há muito arraigados. E por outro lado, não tenho um “anestésico” para suavizar o que tenho a dizer para introduzir o assunto que não seja partir da seguinte recomendação:

PREPARE-SE PARA “DESCONSTRUIR” TUDO QUE VOCE PENSA SOBRE ADMINISTRAÇÃO E MARKETING!

Introdução ao conceito de AMPRESA NEURAL

Antes de mais nada, falamos que as crises são sempre ameaçadoras, mas representam uma abundancia de oportunidades que só dependem de como cada um de nos vai lidar com os riscos inerentes às mudanças e reposicionamentos necessários.

Empresa NEURAL é um conceito pelo qual uma empresa, estruturada de uma determinada forma, é capaz de reagir prontamente a um universo em mutação. Respostas Neurais são, portanto, uma capacidade adquirida e gerenciada que permite que uma corporação se comporte de forma semelhante a mais perfeita das organizações: o corpo Humano.

O universo da Informação

Um dos principais pré-requisitos para que uma empresa possa se posicionar como Neural é a incorporação de sistemas digitais de informações que lhe permitam captar, processar, depurar e distribuir informações pela empresa e fora dela, orientadas para decisões e ações imediatas, alem de servir de orientação para o planejamento de curto e médio prazo.

Assim como o corpo humano se utiliza dos sentidos, a empresa Neural se utiliza de estruturas de captação, gestão e distribuição estruturada de tal forma que a informação passa a ser algo natural, espontâneo e objetivo o que é possível realizar por meio de filtros adequadamente posicionados e operacionalizados pelos diversos setores da organização. Assim, a coleta e uso da informação estão distribuídas pela empresa (*) e fora dela. A maior parte das informações é operacional e não é propriedade de um departamento ou de determinadas pessoas.

O mais importante é que, como falei em artigo anterior, é que as tecnologias e ferramentas que permitem a criação, gerenciamento e compartilhamento das informações são cada vez mais acessíveis ou até mesmo gratuitas.

O fator Velocidade

Mais do que captar, reunir, agrupar, selecionar, distribuir e compartilhar informações, é necessário que esse processo seja rápido. Como dissemos um dos principais fatores chave de sucesso nos dias de hoje é VELOCIDADE. Isso significa que um dos objetivos desse sistema capilar de informações é obter respostas instantâneas ou até mesmo antecipar ações, evitando reações.

Um impulso nervoso pode atingir uma velocidade de 720 km/h e pode dar “saltos”, assim como já tivemos oportunidade de comentar. É possível construir redes que permitem estabelecer “movimentos quânticos” de passagem captar da informação (assim como o processo de permeabilidade celular presente na sinapse, realizada no sistema nervoso humano).

Mais uma vez vale a máxima da competitividade atual: “Os mais lentos, serão “devorados” pelos mais rápidos”, evidentemente aqueles que, em sendo rápidos tem um grau de assertividade que decorre de um sistema bem ajustado e capilarizado de informações operacionais e estratégicas.

O fator comportamento

Uma empresa Neural tem que ter em mente que o comportamento Universal está mudando dramaticamente. Não é possível, portanto, manter um comportamento gerencial válido que não passe por um processo ininterrupto de revisão do comportamento humano.

Os clientes detêm o domínio das informações (nossa e dos nossos concorrentes) e interagem em “redes sociais”, comunidades, cada vez mais importantes e capilarizadas.

Surge entre os “homens” a possibilidade e a liberdade de adoção de “papeis” simbólicos que antes praticamente não existiam. Ou seja, eu posso fazer parte de “qualquer tribo” desde que adote comportamento adequado a ela e interaja ativamente. Sem dúvida, este é um paradigma do comportamento que poucos estão conseguindo assimilar. E veja que ele “alarga” as fronteiras do consumo e determina um posicionamento simbólico com forte influência no “real”.

Se você ainda não pensou nessa realidade, reveja seus conceitos e corra, pois só quem já percebeu essa mudança está dando algum tipo de “salto” nos seus negócios.

De cliente é um parceiro

Quando falamos em sistemas informacionais digitais, certamente estamos falando no estabelecimento de “parcerias” com os clientes (e potenciais clientes) e fornecedores. Isso é um fato cada vez mais característicos das redes sobre as quais falamos.

Se você não está utilizando objetivamente essa possibilidade, creia, dificilmente vai obter uma boa qualidade no seu sistema de informações. Mais que isso, as “redes” externas são as que imprimem velocidade a sua percepção do universo competitivo e funcionam como escoadouro no processo de distribuição em rede.

Aprenda a estabelecer tais conexões e o que é mais importante, conecte-se ás pessoas ou grupos mais adequados em termos de qualificação dos imputs que você precisa receber, tratar e utilizar no seu dia a dia e mesmo no seu planejamento de curto e médio prazo (observem que estou evitando falar em longo prazo, que a meu ver, não faz mais nenhum sentido hoje em dia).

A nova engenharia de produtos (e do marketing)

Ainda relacionado ao tópico anterior, aprenda a estabelecer conexões com teus clientes e possíveis clientes, para ajudar no seu posicionamento de oferta de soluções. São eles que irão ter uma importância capital na sua engenharia de produtos e serviços.

Marketing ainda continua sendo a arte de perguntar aos clientes o que eles querem ou precisam, não invente: pergunte, existem muitas formas de fazer isso.

Depois peça ajuda a eles para desenvolver, testar, arredondar e distribuir. Um dos fatores diferencias de nosso ambiente competitivo é que o cliente quando é envolvido na “desconstrução” ou “construção” de um produto, torna-se um aliado na distribuição, e “de graça” ou a baixo custo, como já temos observado na indústria do software. Acredite isso vale para a grande maioria de produtos e serviços.

Um novo sistema de respostas

As empresas que aprendem em rede a definir com clareza quais são as “perguntas” certamente tendem a ser as mais rápidas nas respostas. Claro que, Respostas Neurais, pois estamos falando mais uma vez em velocidade.

Um bom sistema de respostas requer, portanto, um “novo” sistema de perguntas. Portanto, aprenda a perguntar e saiba ouvir as respostas. Existem muitas formas de perguntar, alias, nunca foram tão verdadeiras as afirmações de Roger Von Oech, em seu célebre livro um TOC na cuca, onde ele destrói a “teoria” da resposta cerca, afirmando que não existe, para nenhum problema, uma única resposta certa. Então, aproveite, saiba construir perguntas em rede e colete inúmeras respostas: você vai ficar impressionado com o que retorna desse tipo de ação de simplesmente aprender a escutar.

Reconstruindo a realidade Diariamente

O maior desafio que uma empresa tem na atualidade é desenvolver a arte de “desconstruir” porque sem isso, acaba ficando presa a conceitos e teorias de “sucessos”... do passado.

Imagine você acordar e descobrir que vai ter que “matar” o produto que foi criado na semana passada e que você sonhou que seria uma tremenda “vaca leiteira”. Pois é: lamento! Mas na nossa realidade competitiva esses acidentes acontecem, pois a velocidade com que as soluções estão sendo geradas em rede e produzidas em tecnologias de escala, acidentes acontecem mesmo, por mais que tentemos evita-los.

Aprenda a sobreviver aos acidentes. Mas acima de tudo, corre-se menos risco auscultando e consultando o mercado e suas redes do que arbitrando produtos e serviços em laboratório, sem consultar ninguém. Faça, portanto, uma leitura diária, semanal, mensal da realidade e aprenda a reagir no mínimo, sempre que não puder agir previamente.

O fator imprevisibilidade permanente (revendo posições sem parar)

Como disse no tópico anterior, temos que aprender a lidar com as imprevisibilidades. E foi por isso que eu evitei propositalmente de falar em planejamento de longo prazo. Se não conseguirmos agir e reagir no curto prazo que futuro pode haver nesse mercado de alta volatilidade, onde os produtos estão sendo geridos por mudanças comportamentais sem precedentes na história da humanidade? Aprenda a lidar com o imprevisto, como seu corpo faz. Mais uma vez, não basta se normal, tem que ser Neural.

Como evoluir de uma empresa Analógica para uma empresa Neural

Então você deve estar me perguntando a essa altura: como mudar de uma posição “analógica” para uma posição Neural?

Certamente, como diria Roger Von Oech: “não existem respostas únicas”, mas certamente, o grande desafio para uma mudança de paradigma certamente caminha pela “Desconstrução” da realidade conhecida e que imprimiu em todos nós hábitos muito arraigados.

Mas imagine a postura de um “fumante” que foi ao médico e teve o seguinte diagnóstico: “Ou muda de hábitos ou morre”. Dentre os caminhos possíveis você tem um ex-fumante no dia seguinte ou alguém que está com os dias contados. Portanto, é uma questão de decisão mesmo. As ações nos nossos dias passam pela construção de sistemas digitais de informação e pela construção de sistemas capilares de distribuição dessa informação onde as pessoas são preparadas e estimuladas a tomar decisões face aos riscos e oportunidades ambientais.

Conclusões parciais

Bem, é claro que as conclusões são do leitor. Até o próximo artigo, possivelmente falando um pouco mais sobre a Questão das mudanças de Comportamento numa era de empresas Neurais.


Empresas “Na Velocidade Do Pensamento”

Episódio I – Uma era de riscos e incertezas

No artigo anterior, comentei sobre a necessidade que as empresas têm, de criar e gerir modelos de integração em rede como forma de manter-se “vivas” no difícil jogo dos negócios atuais. Afirmei que vivemos num ambiente em que os sistemas de informação, principalmente com base no processo de integração e interação em rede, do ponto de vista sistêmico, determinam o grau de adequação relativamente a cada segmento de mercado.

Entendam-se sistemas de informação como: um repositório permanente e personaliado para um novo ambiente do conhecimento competitivo onde é preciso construir e manter um fluxo permanente de dados e informações; filtrar; reprocessar; abrsorver e ou descartar imputs estratégicos e operacionais.

A arte de filtrar informações para tomar decisões e agir rapidamente tornou-se condição essencial para a competitividade, consequentemente para a sobrevivência empresarial. Só que é cada vez maior o número de variáveis, do ponto de vista quantitativo, o que nos traz um desafio monumental do ponto de vista qualitativo, ou seja, como estabelecer os filtros mais adequados que possam imprimir velocidade e assertividade às decisões que devem orientar as nossas ações estratégicas e operacionais?

Imagine esse contexto quantitativo onde estudos, como por exemplo, os realizados pela EMC Corp a qual concluiu que a Humanidade levou 40.000 anos para gerar cerca de 12 Bilhões de Gigabytes de informação e que somente no ano de 2006 foram gerados no planeta cerca de 161 Gigabytes de informação, ou seja, algo que equivaleria a três milhões de vezes a quantidade de livros escritos em toda a historia da humanidade.

Por esse estudo, a EMC Corp e o IDC, por exemplo, projetam um incremento anual da ordem de 57% nos volumes anuais de informação entre 2006 e 2010, ou seja, chegaremos a uma geração anual em 2010 da ordem de 988 Bilhões de Gigabytes. Falamos, portanto, de um extraordinário desafio para nossos sistemas de informação em termos de capacidade para acomodar e tratar, mas acima de tudo, para a nossa capacidade de “digerir” tamanhos volumes informacionais e fazê-los aliados de nossos desafios empresariais.

Se informação é por princípio, um dos elementos chave do marketing estamos falando de um processo de comunicação sem precedentes, principalmente pelo fato de que 70% dessas informações são e serão geradas por indivíduos e não por empresas, como é possível verificar nos números apurados:

• São mais de 100 milhões de uploads de vídeos por dia somente no Youtube;
• Compartilhamos mais de 1 bilhão de arquivos mp3/dia;
• Celulares geram mais de 100 milhões de imagens diariamente;
• Geramos em 2006 cerca de 250 bilhões de imagens digitais (entre câmeras e Celulares), capturadas por mais de um bilhão de dispositivos;
• Cerca de sete milhões de páginas web são geradas por dia;
• A cada segundo, são incorporados à web dois novos blogs;
• Passamos de 253 milhões de contas de e-mail em 1998 para cerca de 1.6 bilhões na atualidade
• Tais contas geraram cerca de 6.000 Gigabytes de informação em suas mensagens;

Assim, também temos as seguintes projeções para 2010:

• Geração de mais de 500 bilhões de imagens por dia;
• Deveremos ter mais de 250 milhões de contas de mensagens instantâneas do tipo MSN, AIM, etc.;
• Passaremos dos atuais 1.6 bilhão de usuários de Internet para cerca de 2.1 bilhões (onde 60% são de banda larga hoje);

Mas para piorar, ou “melhorar” esse quadro superlativo e caótico de variáveis, temos um cenário onde o comportamento humano é talvez a mais importante variável na equação de negócios e mercados. Ou seja, o comportamento humano, fruto dessa evolução multimeios e da própria inteligência humana que, uma vez compartilhada gera mais e mais inteligência, propõe uma nova visão para problemas antes isolados e restritos a ambientes acadêmicos. Ou seja, amplia-se a visão de mundo desencadeando uma mudança importante no comportamento das pessoas ao redor do planeta.

Como diriam Al Ries e Jack Trout, em seu célebre best seller “As 22 consagradas Leis do Marketing”, “Marketing não é uma batalha de produto, é uma batalha de percepção”. Ora, se estamos falando num “cliente” cada vez mais informado e “interativo”, evidentemente estamos falando num quadro onde as percepções estão mudando rapidamente, enquanto a engenharia de produtos continua lenta como sempre.

E nem estou defendendo mudanças radicais de percepção do tipo “Física Quântica”, como as do clássico “What the bleep do we know” (algo que traduzindo fica assim como: Quem somos nós, afinal?), apenas para citar uma das inúmeras “correntes” que circulam pelo planeta. Mas o certo é que vivemos uma transição onde mudanças radicais nos paradigmas pelos quais percebemos o próprio universo e sua realidade estão em marcha.

A circulação e “democratização” da informação mudaram dramaticamente o eixo da comunicação e o poder migrou de lado, ou seja, é o cliente que tem acesso a todas as informações e, a dura constatação é a de que o ambiente de relacionamento Digital é um fator determinante em qualquer atividade empresarial de hoje. Não é, portanto, uma decisão pessoal, empresarial ou setorial.

Como diria Michael Porter, a Internet permite que os ganhos processuais corporativos sejam apropriados de imediato pelos clientes, de tal forma que a margens de lucro tendem a diminuir ou até mesmo desaparecer ou pior, virar do avesso. Isso pode certamente, representar a falência de inúmeras corporações, pois não existe a menor possibilidade de que algum negócio venha a prosperar sem se submeter à “ditadura” do ambiente digital e suas regras.

Paralelamente, e também podemos nos ancorar no brilhante trabalho de Porter em seu livro “A Vantagem competitiva das Nações” que, pessoas, Corporações e Países estão igualmente submetidos a essas leis ambientais que determinam a capacidade de competir, prosperar e, num sentido ainda mais dramático, sobreviver a essa nova realidade competitiva que irá exigir mais e mais preparo de todos a cada dia. Será também o caso de perguntarmos: O que o Governo Brasileiro está realmente fazendo para ampliar a capacidade competitiva do Brasil, frente a outras Nações? Certamente este é um tema que podemos discutir em um novo artigo...

Mas, a idéia era mesmo falar de todo esse turbilhão de informações que determinam uma resposta rápida e assertiva em relação aos riscos e oportunidades que esse novo ambiente nos traz. Então a “pergunta que não quer calar” é: que tipo de empresa pode ser mais adequada (e a história da própria civilização é uma história de adaptabilidade para sustentabilidade e sobrevivência) a ponto de, não apenas sobreviver mas também de prosperar e nesse contexto?

Como tudo na vida, não há uma única resposta, mas por certo, um dos principais pré-requisitos para que isso ocorra é a percepção do ambiente e seus riscos e a forma rápida como essa nova empresa responde a tais desafios e ameaças e; é claro, oportunidades. Em outras palavras, estamos falando de empresas que, como disse Bill Gates funcionem na “Velocidade do Pensamento”.

No Livro homônimo lançado em 1995, ele dizia “Os negócios vão mudar mais na próxima década do que mudaram nos últimos 50 anos” e destacava aspectos como:

• “A capacidade de se adaptar adequadamente determina o sucesso” e eu digo, não só o sucesso, mas a sobrevivência;
• “Todas as empresas tem duas opções: incorporar as inovações tecnológicas ou ficar para trás”, e eu digo, só há uma opção a outra é perecer o que convenhamos, não é opção;
• “A empresa que dispor de um Sistema Nervoso Digital capaz de fazer todas as perguntas e dar todas as respostas na hora exata ...” e eu digo, ele está certo quando a um sistema nervoso digital mas estamos agora tentando descobrir “quais são as novas perguntas”, alem do quê os sistemas digitais estão distribuídos ao redor do planeta e não se restringem apenas aos sistemas internos das empresas.

Ou seja, o Bill Gates estava certo, apenas subestimou o tamanho da mudança e a velocidade e alcance dessa mudança...senão a Microsoft não teria sido “engolida”pelo Google (e essa história vale outro artigo).

Helloooooouuu!!!!
Já se passaram 12 anos das “profecias” do Bill Gates, assim como decorreram 10 anos das minhas primeiras palestras onde também fizera as minhas “profecias” sobre “redes sociais” e interatividade.

Nesse meio tempo, fomos todos superados em nossas previsões, pois a velocidade e a abragencia das mudanças provocaram uma radical desestruturação dos modelos conhecidos de ação e reação na grande maioria dos negócios. Não sei se você percebeu a sutileza da minha colocação: é evidente que hoje temos que pensar em termos de reação e ação, pois na verdade nossa interação sistêmica num universo altamente conectado determina uma visão integracionista que só pode demandar uma postura absolutamente neural.

E já que chegamos nesse ponto, acredito que um bom exercício agora é determinar mesmo experimentalmente o que venha a ser uma EMPRESA NEURAL, que diferentemente da proposta de apresentar um Sistema neurológico Digital, deve se comportar como um corpo multifacetado e permeável, interativo e interagente com infinitos outros sistemas, mas ainda assim, neural.

Essa é a proposta a ser apresentada na segunda parte deste material. Estou falando do próximo artigo, intitulado Empresas na “Velocidade do Pensamento” – Episódio II – Uma Era de Oportunidades, onde poderemos avaliar posturas e alternativas competitivas num ambiente como o que foi descrito nesta primeira parte.